Recentemente tive a oportunidade de assistir um debate muito interessante, através de um canal da TV fechada e resolvi pesquisar a respeito.
E o tema era: "Modernidade Líquida", com base no livro, de mesmo título, escrito por Zingmunt Bauman.
E o assunto, em meu ponto de vista, é muito interessante, sem dizer o quão pertinente é, para os dias atuais!
E, pelo que pude entender, ele nos remete a divagações entre a liquidez e a solidez da sociedade atual, com foco voltado para cada indivíduo.
Como se, o formato sólido e rígido que tínhamos como referência no passado, tivesse se esvaído, ao ponto de tornar-se líquido.
Ele aborda inclusive, o período da Revolução dos anos 60, onde houve o maior questionamento e porque não dizer, a tentativa de derrubar os valores tão arraigados à instituição familiar, sociedade como um todo e também à vida, em sua forma mais generalizada de ser.
E neste momento em que nos encontramos, segundo sua tese, nos tornamos pessoas muito mais "liquidas", onde a permeabilidade oriunda da globalização, em meio ao derrame de múltiplas informações, não nos sustenta em quase nada!!!
E, uma destas lacunas vem da liberdade conquistada que, apesar de nos abrir possibilidades para o que quer que façamos de nossas vidas, o que realmente conquistamos foi a insegurança que não conseguimos sentir em relação ao outro! E esta condição nos torna vulneráveis demais!!!!
No passado, a estrutura familiar, apesar de muito temida, era permeada por regras rígidas, onde o respeito se fazia presente através de limites pré estabelecidos, onde quer que estivéssemos. E tal respeito, muitas vezes, era até mesmo confundido com temor, propiciava a formação de cidadãos com muito mais caráter, estrutura emocional fortalecida, onde as tais síndromes sociais eram quase inexistentes.
A estrutura familiar daquela época, nos proporcionava uma segurança solidificada e tínhamos certeza de que poderíamos contar com cada membro que fizesse parte do nosso clã familiar.
Assim como os objetos, as relações não eram descartáveis e, quando nos referíamos à amizade, não era de forma tão fútil quanto são hoje. Basta verificar quantos "amigos" você tem em sua rede social mais utilizada, Facebook, por exemplo, e identificar quantos destes são seus reais amigos, os que você realmente pode contar em caso de necessidade.
Como comentado por Zingmunt Bauman no vídeo abaixo, "Os amigos das redes sociais tem contextos diferentes do amigos reais."... mas parece que isso já não tem mais o menor valor!!!!
Sem contar a quantidade de informações que recebemos apenas ao acessar uma única página na internet.
O consumismo desenfreado desencadeou uma compulsão pelo TER e, à cada dia mais, esquecemos simplesmente de SER; Ser Humano passou a ser um simples substantivo e, o verbo em questão, que geraria uma ação diferenciada, ignorado!!
E, em meio a tantas oportunidades que já nem passam mais pelo clivo pessoal da necessidade e sim da simples aquisição, o Ser Humano não sabe mais viver sem consumir e, nem se deu conta de que tal opção está lhe roubando sua saúde mental e consequentemente, a física também!!
E esta constatação acontece até mesmo nas relações humanas, como amizade e até mesmo o amor: tornaram-se menos importantes, pois a valorização, o comprometimento e o sentimento, praticamente fazem parte dos valores do século passado e quase descartados nos dias atuais!!!
E, como, desde os primórdios tempos, uma das bases do ser humano é a segurança, o convívio e a partilha com outros humanos, a humanidade está adoecida na alma, perdeu a referência de sua essência, onde as compulsões, na constante busca pela saciedade, adoece à cada dia, mais e mais!!!!
E, até mesmo em nossas crianças e adolescentes, identificamos a necessidade da auto-afirmação, resultante de um clã totalmente fragmentado; as referências familiares, que no passado nos preparava para a realidade da vida adulta, hoje está ocupada demais e, ainda mais com o novo formato da instituição familiar, os limites se tornaram obsoletos e, a liberdade definitivamente se transformou em libertinagem!
Hábitos simples como a utilização de palavras chave como "Por favor", "com Licença", "Muito obrigado", etc, se perderam em meio à agilidade do mundo globalizado e, da mesma forma que entramos em um ambiente virtual, por exemplo de mídia social, abordamos alguém sobre um assunto específico e saímos sem agradecimentos ou despedidas, tal atitude se faz presente também na vida real. ...afinal, não temos tempo a perder!!!!
De tempos em tempos, de acordo com o ambiente em que estivermos, passou a ser necessária a recriação de uma nova identidade, como se o que somos, em essência, não fizesse mais sentido!!!
Esta "Modernidade Líquida", tão inteligentemente intitulada por Zingmunt Bauman, está com sua temperatura extremamente elevada e, porque não dizer, similar à uma panela de pressão... e com o risco eminente da explosão, em qualquer tempo ou espaço!!!
E então eu lhe questiono: como deter o fluxo da água?
Apenas com algo sólido, certo?...e olhe lá...nem sempre conseguimos!!!!!
Então....como a água que não briga com barreiras e que simplesmente segue o seu fluxo, esta "Sociedade Líquida", que acabou por gerar "Seres Líquidos", comprometeu até mesmo nossa identidade pessoal porque, via de regra, as referência que no passado eram herdadas, não se mantém nos dias atuais.
Com a necessidade de atualização generalizada e desenfreada, os valores adquiridos ( e eu reforço, "quando adquiridos") se perdem em meio aos locais que frequentamos e pessoas que convivemos, porque se não estivermos totalmente enquadrados nestes ambientes e situações, seremos tarjados como obsoletos.
......
Mais do que nunca, se torna eminente um olhar mais cauteloso sobre nossas ações e opções de vida, para que consigamos resgatar, não só a nossa sanidade mental e emocional, mas principalmente, a nossa identidade pessoal.
A configuração que fazemos diariamente para documentos virtuais, necessitam ser utilizada para nossa vida pessoal.... quem sabe, desta forma, reconfigurados, consigamos resgatar a verdadeira essência humana. permeada por atributos solidificados os quais resultam em consistente segurança e, consequentemente, impermeável ação!!!!
E o tema era: "Modernidade Líquida", com base no livro, de mesmo título, escrito por Zingmunt Bauman.
E o assunto, em meu ponto de vista, é muito interessante, sem dizer o quão pertinente é, para os dias atuais!
E, pelo que pude entender, ele nos remete a divagações entre a liquidez e a solidez da sociedade atual, com foco voltado para cada indivíduo.
Como se, o formato sólido e rígido que tínhamos como referência no passado, tivesse se esvaído, ao ponto de tornar-se líquido.
Ele aborda inclusive, o período da Revolução dos anos 60, onde houve o maior questionamento e porque não dizer, a tentativa de derrubar os valores tão arraigados à instituição familiar, sociedade como um todo e também à vida, em sua forma mais generalizada de ser.
E neste momento em que nos encontramos, segundo sua tese, nos tornamos pessoas muito mais "liquidas", onde a permeabilidade oriunda da globalização, em meio ao derrame de múltiplas informações, não nos sustenta em quase nada!!!
E, uma destas lacunas vem da liberdade conquistada que, apesar de nos abrir possibilidades para o que quer que façamos de nossas vidas, o que realmente conquistamos foi a insegurança que não conseguimos sentir em relação ao outro! E esta condição nos torna vulneráveis demais!!!!
No passado, a estrutura familiar, apesar de muito temida, era permeada por regras rígidas, onde o respeito se fazia presente através de limites pré estabelecidos, onde quer que estivéssemos. E tal respeito, muitas vezes, era até mesmo confundido com temor, propiciava a formação de cidadãos com muito mais caráter, estrutura emocional fortalecida, onde as tais síndromes sociais eram quase inexistentes.
A estrutura familiar daquela época, nos proporcionava uma segurança solidificada e tínhamos certeza de que poderíamos contar com cada membro que fizesse parte do nosso clã familiar.
Assim como os objetos, as relações não eram descartáveis e, quando nos referíamos à amizade, não era de forma tão fútil quanto são hoje. Basta verificar quantos "amigos" você tem em sua rede social mais utilizada, Facebook, por exemplo, e identificar quantos destes são seus reais amigos, os que você realmente pode contar em caso de necessidade.
Como comentado por Zingmunt Bauman no vídeo abaixo, "Os amigos das redes sociais tem contextos diferentes do amigos reais."... mas parece que isso já não tem mais o menor valor!!!!
Sem contar a quantidade de informações que recebemos apenas ao acessar uma única página na internet.
O consumismo desenfreado desencadeou uma compulsão pelo TER e, à cada dia mais, esquecemos simplesmente de SER; Ser Humano passou a ser um simples substantivo e, o verbo em questão, que geraria uma ação diferenciada, ignorado!!
E esta constatação acontece até mesmo nas relações humanas, como amizade e até mesmo o amor: tornaram-se menos importantes, pois a valorização, o comprometimento e o sentimento, praticamente fazem parte dos valores do século passado e quase descartados nos dias atuais!!!
E, como, desde os primórdios tempos, uma das bases do ser humano é a segurança, o convívio e a partilha com outros humanos, a humanidade está adoecida na alma, perdeu a referência de sua essência, onde as compulsões, na constante busca pela saciedade, adoece à cada dia, mais e mais!!!!
Sofrimentos pós-modernos:
Depressão, Fobias, Dependência Química,
Fundamentalismos e violências agudas,
ansiedade e irritabilidade urbanas.
E, até mesmo em nossas crianças e adolescentes, identificamos a necessidade da auto-afirmação, resultante de um clã totalmente fragmentado; as referências familiares, que no passado nos preparava para a realidade da vida adulta, hoje está ocupada demais e, ainda mais com o novo formato da instituição familiar, os limites se tornaram obsoletos e, a liberdade definitivamente se transformou em libertinagem!
Hábitos simples como a utilização de palavras chave como "Por favor", "com Licença", "Muito obrigado", etc, se perderam em meio à agilidade do mundo globalizado e, da mesma forma que entramos em um ambiente virtual, por exemplo de mídia social, abordamos alguém sobre um assunto específico e saímos sem agradecimentos ou despedidas, tal atitude se faz presente também na vida real. ...afinal, não temos tempo a perder!!!!
De tempos em tempos, de acordo com o ambiente em que estivermos, passou a ser necessária a recriação de uma nova identidade, como se o que somos, em essência, não fizesse mais sentido!!!
Esta "Modernidade Líquida", tão inteligentemente intitulada por Zingmunt Bauman, está com sua temperatura extremamente elevada e, porque não dizer, similar à uma panela de pressão... e com o risco eminente da explosão, em qualquer tempo ou espaço!!!
E então eu lhe questiono: como deter o fluxo da água?
Apenas com algo sólido, certo?...e olhe lá...nem sempre conseguimos!!!!!
Então....como a água que não briga com barreiras e que simplesmente segue o seu fluxo, esta "Sociedade Líquida", que acabou por gerar "Seres Líquidos", comprometeu até mesmo nossa identidade pessoal porque, via de regra, as referência que no passado eram herdadas, não se mantém nos dias atuais.
Com a necessidade de atualização generalizada e desenfreada, os valores adquiridos ( e eu reforço, "quando adquiridos") se perdem em meio aos locais que frequentamos e pessoas que convivemos, porque se não estivermos totalmente enquadrados nestes ambientes e situações, seremos tarjados como obsoletos.
......
Mais do que nunca, se torna eminente um olhar mais cauteloso sobre nossas ações e opções de vida, para que consigamos resgatar, não só a nossa sanidade mental e emocional, mas principalmente, a nossa identidade pessoal.
A configuração que fazemos diariamente para documentos virtuais, necessitam ser utilizada para nossa vida pessoal.... quem sabe, desta forma, reconfigurados, consigamos resgatar a verdadeira essência humana. permeada por atributos solidificados os quais resultam em consistente segurança e, consequentemente, impermeável ação!!!!
Zingmunt Bauman -
Modernidade "Pós" Modernidade
"Numa sociedade de compradores e numa vida de compras, estamos felizes enquanto não perdemos a esperança de sermos felizes. Estamos seguros em relação à infelicidade enquanto uma parte dessa esperança ainda palpita. E portanto, a chave para a felicidade e o antídoto da miséria é manter viva a esperança de ficar feliz. Mas ela só pode permanecer viva sob a condição de uma rápida sucessão de novas oportunidades e novos inícios, e da perspectiva de uma cadeia infinitamente longa de novos inícios à frente." (Zygmunt Bauman)
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